sexta-feira, 4 de março de 2011

Dia de fúria

     Vendo nos noticiários cenas monstruosas como a do homem que acelerou o carro atropelando uma multidão de ciclistas, ou os jovens da Av. Paulista que atacavam gays por diversão , ou até o rapaz que matou os próprios pais porque estes cobravam que ele arrumasse um emprego, é claro que nos perguntamos estarrecidos: PORQUE?

     Mas nosso espanto e indignação são uma reação pequena. Que nossa raiva sirva para algo construtivo e que nos impulsione. Que compreendamos algo então para fazer algo diferente com esse impulso, além do que temos feito até então.

     Dentro de cada ser humano existe uma criança, que quando vamos crescendo vai diminuindo de tamanho(ou deveria!) Mas sempre estará lá dentro de nós. Dentro de cada ser humano há um sábio que quando envelhecemos ganha peso e sabedoria(ou deveria!). Dentro de cada um de nós há um animal, cheio de impulsos instintivos . Dentro de cada um de nós há um universo. No decorrer da vida esses "personagens internos" que chamamos de arquétipos , vão sendo interpretados por essa pessoa de uma forma única e especial. Como esta pessoa vai lidar com seus impulsos, como ela era será capaz de solucionar suas raivas , medos e frustrações, depende de como lidou com sua criança, seu animal, seu sábio, seu universo interno. Através das experiências humanas, das relações que vive e viveu, do seu ambiente, seu universo será dominado mais pelo animal que pelo homem, ou pelo homem dominando o animal ou ainda o homem vivendo em harmonia com todo o universo.

     Quando os impulsos são detentores de maior poder internamente , não há vontade ou regra, ou moral que consiga freiá-los. Quem consegue freiar uma manada de bois? Quem segura a força de um vulcão?

     Mas se todos nós temos raiva, vontade de destruir, o que fazemos com esses sentimentos? Na maioria das pessoas  o impulso destrutivo não chega ás vias de fato. Mas para que não corramos esse risco, deixemos o gado alimentado e calmo e não façamos uma Vila de casas ao lado do vulcão, ou seja, usemos criativamente nossa agressividade.

     Antigamente a agressividade era usada pelos guerreiros que lutavam em nome da sociedade, do Clã, da tribo, por suas nobres causas. E onde estão suas nobres causas? Onde vejo a agressividade empregada coletivamente hoje em dia é no linchamento dos culpados em frente as câmeras de TV. Vamos nos juntar a eles em sua bestialidade, linchando o motorista que atropelou os ciclistas no sul do Brasil?

     Corra atrás de suas próprias causas. Corra com intensidade, força e afinco. Não deixe que ninguém o demova. Lute e brigue se precisar. Seu guerrilheiro interno vai se tornar um guerreiro, que ao invés de destruir vai levá-lo á diante. Vai te fazer um ser humano muito além do que você imaginava ser.

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