quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Intimidade

     Proximidade, intimidade, uma capacidade humana , um fato desejado entre pessoas mas também tão assustador. E nossa história começa com uma relação tão íntima: estivemos dentro da barriga de nossa mãe. Por um tempo  ela foi capaz de nos compreender apenas por nossos gestos, olhares ou choros, até porque não éramos capazes de mais do que isso.
    
      Talvez até por conta da qualidade dessa relação muitas pessoas não conseguem fazer vínculos, viver relações de afeto, se aproximar ou deixar que alguém se aproxime.
    
     Então, como não podemos mudar o passado, estamos condenados a viver num presente frio e distante? Claro que se a natureza de nosso vínculo inicial foi boa tendemos a continuar estabelecendo vínculos, até porque parece-nos natural.  Mas como a reclamação de mulheres de homens tem sido generalizada e ambos dizem que a contraparte não quer fazer vínculos é só quer relações rápidas ,acredito que a nossa sociedade tem sido pouco maternal e acolhedora ,
não ensinando nossos jovens a serem cuidadosos  consigo
e com suas relações afetivas. Tudo parece mais um território assustador de bruxas e madrastas do que de mães cuidadosas que sabem perceber reais necessidades internas. Afastar oportunidades de intimidade por medo ou dificuldade de se relacionar, por exemplo, parece-me muito com uma maldição de uma bruxa muito malvada!
    
     Mas falando agora de Fadas, lembrei-me agora do Profeta Gentileza, que pregava a gentileza escrevendo lindos versos sob os viadutos no centro do Rio de Janeiro e, do movimento pela sustentabilidade que tem crescido tanto nesse começo de milênio. Esses eventos tão discrepantes e isolados parecem andar na contra-mão da frieza da bruxa malvada e do afastamento humano.
    
     São sempre bons indícios de que existem possibilidades de convivência , proximidade, intimidade, de forma humanamente respeitosa e saudável.

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